segunda-feira, 21 de maio de 2012

Gadú grava 'Blue Velvet' em novo disco de duetos de Tony Bennett


Maria Gadú, 25, enfia as mãos no bolso da calça jeans folgada e canta, olhos grudados no parceiro à frente, Tony Bennett, 85. De terno e gravata, ele rabisca numa folha enquanto canta.


Quando terminam, ela dá uma risadinha, talvez nervosa. E ele lhe entrega o papel com o retrato a lápis que fez dela: "Você canta lindamente, obrigado", escreveu o crooner americano, a título de dedicatória.

"Achei que ele estava fazendo anotações e que, no final da música, fosse me dizer: 'Está errado aqui, aqui e aqui'. Mas era um desenho", diz, aliviada, a cantora e compositora. "Foi muito louco [...] Ele é muito fofo, foi muito acolhedor. Me deu um abraço generoso."



DUETOS


Os dois haviam se conhecido 20 minutos antes, num estúdio em Fort Lauderdale, uma cidade pacata ao lado de Miami. Gravaram juntos a clássica "Blue Velvet", que estará no terceiro álbum de duetos do cantor, desta vez apenas com artistas latinos, a ser lançado em setembro.

A gravadora não quis divulgar outros nomes do projeto, mas há negociações com Marisa Monte e Ricky Martin.

O segundo disco de duetos, de 2011, foi o primeiro da carreira de Bennett a atingir o topo da parada da Billboard. Conta com Aretha Franklin, k.d.Lang (que também canta "Blue Velvet") e Amy Winehouse (em sua última gravação).

Enquanto Gadú se arrumava num trailer, na quarta-feira (16), Bennett desenhava uma paisagem, sentado no meio da confusão da produção. Disse que a escolha dos artistas foi feita por seu filho e agente, Danny.

"Esta linda jovem canta do jeito correto, não dá para ficar melhor. Canta com alma, sentimento", disse à Folha o americano, que já se apresentou sete vezes no Brasil, é apaixonado pelo Rio de Janeiro e fã de João Gilberto.

Em "Blue Velvet", que terá também um videoclipe com Gadú e Bennett, ela canta em inglês e português, em versos de Cesar Lemos: "De veludo azul se revestiu meu coração, mais do que o azul do seu olhar, a tua boca a suspirar, um querer".

"Existe esta ideia de compor um disco em inglês, mas está tudo etéreo ainda", disse a cantora, que recentemente foi a Los Angeles conhecer compositores. "As pessoas eram fantásticas, mas achei um pouco frio. Queria ter mais tempo para sentar, achar uma afinidade."

Para Bennett, nada melhor do que música latina. "Gosto muito mais do que da música popular americana ou da britânica. Os latinos ainda acreditam em harmonia e melodia, ainda acreditam no amor", derrete-se.


- Uol -

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